segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Igreja visível




Afinal, somos parte da Igreja, ou somos a Igreja?

É correto afirma que não existe uma Igreja de 4 paredes: ou seja, uma igreja institucional?
Ora, negar a igreja visível sediada em Roma é negar a hierarquia clerical, é negar/rebaixar a Igreja docente e exaltar a Igreja discente.

Se a Igreja sou eu, ou você temos de admitir que a comunhão dos santos não existe, afinal, a Igreja é particularidade de cada um, portanto não há qualquer possibilidade de comunhão entre os membros do corpo de Cristo, que antes seriamos parcelas dele, porém atualmente os modernistas declaram que somos por inteiro, logo qualquer comunhão neste ponto é limitada ao próprio individuo em si mesmo.

A Igreja docente e a Igreja discente são duas partes distintas de uma só e mesma
Igreja, como no corpo humano a cabeça é distinta dos outros membros, e, não obstante,
forma com eles um corpo só.

O Catecismo de Pio X no n.149 ensina-nos: "A Igreja Católica é a sociedade ou reunião de todas as pessoas batizadas que, vivendo
na terra, professam a mesma fé e a mesma lei de Cristo, participam dos mesmos
Sacramentos, e obedecem aos legítimos Pastores, principalmente ao Romano Pontífice."

No contexto desses erros torna a aparecer com os "fraticelli", ou os "espirituais" - pequeno grupo separado da Ordem de São Francisco - levando o Papa João XXII a condenar tais heresias:

"O primeiro erro forjado na tenebrosa oficina desses homens foi, portanto, imaginar duas Igrejas: uma, carnal, abarrotada de riquezas, manchada de crimes, sobre a qual afirmam terem o domínio o Romano Pontífice e os outros prelados inferiores; outra, espiritual, pura por temperança, bela pela virtude, cingida com a pobreza, na qual se encontram só eles e seus seguidores e na qual têm autoridade, a dar crédito a suas mentiras, os que mais mérito têm na vida espiritual" - Constituição Gloriosam Ecllesiam de 23.1.1318.

Lembremo-nos que o Papa Inocêncio III no IV Concílio de Latrão formulou o dogma de que Fora da Igreja não há salvação.

Se negarmos o caráter institucional reafirmado no Concílio de Trento temos de crer que já estamos todos salvos, afinal não estamos fora da Igreja e sim, dentro da Igreja que somos nós mesmos, esta razão é a principal ilusão que faz um protestante achar que pode ficar em casa orando em seu quarto com apenas uma bíblia na mão e sem dependência de nenhum sacramento. O contrário disso, nós lucidamente sabemos que a Santa Missa é imensamente necessária para a nossa alma e nossa salvação.

A Igreja é santa e santificadora. Ela é santa porque é o corpo de Cristo, e ela é santificadora pelos seus sacramentos. Sendo nós a Igreja, tudo vai por água abaixo, afinal não podemos negar que somos pecadores, tendo então de admitir que esta Igreja não seja santa. É necessária a Igreja docente que administra os sacramentos de Cristo (a cabeça) para nos santificar e assim fazer parte humildemente da verdadeira e santa Igreja, a Católica Apostólica Romana.

Concluo reafirmando que nós não somos a Igreja e sim membros da Igreja, esta que somos membros de seu corpo o qual tem como cabeça o Cristo. Digo a Igreja militante ou a triunfante? As duas tanto a militante como a triunfante temos Cristo como cabeça, e como bem disse S. Pio X em seu saudoso catecismo no n.149 e n.191 reconhecemos o Papa, a quem chamamos também Sumo Pontífice ou Romano Pontífice, é o sucessor
de São Pedro na Sede de Roma, o Vigário de Jesus Cristo na terra, e o chefe visível
da Igreja.

E no n.194 clarea o nosso entendimente: O Romano Pontífice é o Chefe visível da Igreja porque a dirige visivelmente com a mesma autoridade de Jesus Cristo, que é a cabeça invisível da Igreja.

O Romano Pontífice é o Vigário de Jesus Cristo porque ele o representa na terra,
e faz as suas vezes no governo da Igreja.

Portanto, convenhamos que S. Pedro obedeceu ao Messias e não instituiu a Igreja em Roma em vão.

"...Creio no Espírito Santo; na santa Igreja Católica; na comunhão dos santos..."
Credo Niceno-Constantinopolitano


Credo in sanctam Ecelésiam cathólicam.

3 comentários:

Eu concordo com você, pois se fossemos a Igreja, nós não seriamos pecadores e não teriamos a necessidade de irmos a missa, e nem de ir a Igreja, e mais. Sem pecado não precisariamos do sacramento da comunhão, não precisariamos pconfessar nossos pecados, esó seria necessário o batismo, para de fato sermos a Igreja! E, pra concluir, imagina só "todos somos a Igreja" então não precisariamos de papa, cardeais, bispos, padres, e todo clero, pois seriamos o próprio corpo de cristo. Então por isso concordo com vc, se eu vou a Igreja é porque ela é algo que não está em mim, mas que preciso dela e da fé que nela aprendo e sinto, para me tornar alguém menos pior, buscando evitar o pecado!
Abração Fabinhooo...

Ah, vale lembrar que não é uma reflexão assim simplista que devemos fazer, como fiz... Mas, é preciso de leitura de documentos que provam isto, e sei que existem, portanto não cabe sair por aí falando o que alguém disse por aí, temos que buscar o conhecimento sempre. Simplesmente tudo no mundo é passível de diversos contextos sociais, históricos, econômicos, culturais e educacionais, sendo assim, é preciso buscar um entendimento sobre dado assunto e assim buscar não tomá-lo comoverdade absoluta, mas expor isto em debate, assim como na política na Grécia, que era debatida em praça pública! O debate, é a TROCA DE IDÉIAS, e assim feito para ampliar os conhecimentos, e não para ver um vencedor, como é nos dias de hoje este conceito!

Parabéns pelo texto. Como bem dito, somos membros do corpo e as pessoas que atribuem a si mesmas como Igreja, acabam criando para si um corpo totalmente separado da Igreja. Se sou Igreja porque ir à missa, me submeter à hierarquia, obedecer? Eu me advogo o direito de definir o certo e o errado, o bom e o mau. E isto, abre espaço para o relativismo. Não sei se fui longe em afirmar que "definir a si mesmo como Igreja é abrir espaço para o relativismo".

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