quarta-feira, 20 de abril de 2011

Equipe Sancti Ecclesia


Fábio Valentim Ferreira é solteiro, Assessor de Cliente em uma empresa de moda multinacional, cursou auxiliar administrativo na CPJB - RJ. Frequenta a Paroquia São Judas Tadeu, arquidiocese de Niterói. Coordena o Sancti Ecclesia, foi coordenador do Grupo de Adolescentes na Capela Nossa Senhora Auxiliadora SG/RJ.





Jefferson Neri Marezi é solteiro, funcionário público do estado do Paraná, formado em História pela UEL e atualmente cursando Administração na FECEA. Frequenta a Paroquia Cristo Sacerdote, Diocese de Apucarana, trabalhou na Catequese (catequista e coordenador), e na Pastoral de Adolescentes tanto a nivel paroquial como Diocesano, sendo coordenador Diocesano de 2005 a 2009. No Sancti Ecclesia colabora publicando artigos sobre História da Igreja.




Ana Beatriz Cruz Silva é solteira, desenvolvedora de web, cursou sistema para internet na CEFET - RJ. Frequenta a Paroquia Nossa Senhora da Conceição, participou da pastoral do Crisma. No Sancti Ecclesia escreve artigos sobre Teologia.






Bruno Roberto Nascimento e Silva é solteiro, estudante de direito na Universidade Estadual da Paraíba. Frequenta as paróquias de Santa Rosa e do Centenário, faz parte da sociedade São Bento que luta pela celebração da Missa no Rito Tridentino e ministra cursos de Filosofia em parceria com Olavo de Carvalho. No Sancti Ecclesia colabora escrevendo artigos sobre Filosofia.





Ludwig Calixto é casado, pai de um filho, licenciado em música na UNIRIO, é produtor musical. Frequenta a Capela Nossa Senhora da Conceição - Pendotiba, Niterói-RJ (FSSPX). No Sancti Ecclesia, escreve artigos sobre musica/arte sacra.









Mariana de Andrade Luna Miranda é solteira, reside em Embu-SP, tem o ensino médio completo. Frenquenta a Paróquia Cristo Ressuscitado, participa da pastoral da Liturgia e da Juventude. No Sancti Ecclesia escreve artigos sobre Teologia e Liturgia.










Nossos princípios

1. Encontramos na "Política" de Aristóteles um princípio básico da estruturação das sociedades que poderíamos enunciar assim: "As sociedades são o que são suas famílias".

Em outras palavras, a organicidade de uma cidade verdadeiramente humana, tem base na célula familiar, na constituição sadia e estável da instituição familiar. Os erros estruturais que podem afligir uma sociedade são dois: um da dissolução individualista (erro do liberalismo burguês) outro da absorção dos direitos da família pelo Estado (erro do totalitarismo).

A dureza cristalina da família, a nitidez estável de seus contornos é condição essencial de uma sociedade verdadeiramente humana. Daí nossa repulsa pelo divórcio, à luz da razão natural antes mesmo da iluminação da fé. O divórcio é uma reivindicação individualista, anti-social, e por conseguinte anti-humana. O divórcio, como reivindicação individualista, é essencialmente um erro corolário do erro mais geral do liberalismo; mas é também um erro utilizado pelo totalitarismo, apesar da aparente contradição, porque o totalitarismo aparece (como a história o demonstrou) como uma contraditória conseqüência do liberalismo. Em relação à família os dois erros sociais se encontram com a mesma maléfica eficácia; ambos procuram destruir a estabilidade familiar e a indissolubilidade do vínculo; ambos ferem a lei natural do mesmo modo, embora por motivos e em perspectivas históricas diferentes.

2. Um outro princípio, que tiramos de Santo Agostinho na "Cidade de Deus", diz que uma cidade de homens só é verdadeiramente humana quando respira justiça. Fora dessa condição nós teremos um aglomerado de brutos e não uma cidade humana feita à semelhança de Deus. Do mesmo Aristóteles e de Santo Tomás tiramos o conceito derivado de amizade cívica (amicitia), virtude anexa da justiça, virtude essencial, oxigênio vital para o clima de uma cidade verdadeiramente humana.

3. Ora, esses dois princípios são conexos, porque a família, a casa da família é, ou deve ser, o lugar onde se exercita a amizade cívica, o lugar onde se destila, o lugar adequado onde se prepara o elemento essencial ao bom clima humano da cidade. Esse será o nosso terceiro princípio: a família é o lugar adequado para a germinação da justiça; é a fonte da amizade cívica.

4. Avancemos mais um passo. Na situação concreta do mundo, isto é, no caso concreto de uma humanidade decaída e redimida, o problema moral da cidade, mesmo considerado sob o ângulo temporal, deve ser colocado em sub-alternação aos preceitos divinos revelados, ou como diz Maritain, deve ser colocado em termos de uma moral "adequatement prise".

Nessa nova perspectiva ganha singular realce o papel que desempenham as famílias cristãs. Já não se trata somente de estrutura a sociedade com células normais que resistam à lepra do liberalismo ou ao câncer do totalitarismo; trata-se agora de uma regulação muito mais profunda, de uma atuação mais intensa em que a qualidade domina a quantidade.

Eu diria agora, com mais esse dado concreto da verdadeira condição humana, que uma sociedade humana será medida pelo grau de heroísmo de suas famílias cristãs. E esse é o nosso quarto princípio, que apenas traduza, aplicando-as ao problema da estrutura social, as palavras evangélicas tão conhecidas e tão pouco seguidas: "Vós sois o sal da terra".

5. Dirigindo agora a nossa atenção para a concretíssima conjuntura, isto é, pensando no mundo em que vivemos, no momento histórico que atravessamos, eu estenderia aos outros grupos — associações, escolas, sindicatos — o que disse até aqui da família. E aplicaria a esses grupos, proporções guardadas, os mesmos princípios que acabamos de considerar. E por conseguinte, aplicaria aos movimentos católicos — isto é, às associações fundadas com especificação temporal, como por exemplo a C.F.C. [1] — as mesmas conclusões. E diria assim: a sorte das sociedades depende do grau de heroísmo (de autêntico heroísmo cristão) dos movimentos católicos.

Ainda mais, diria que esses movimentos, pelo seu caráter excepcionalmente militante, devem levar ainda mais longe do que qualquer outra instituição cristã o grau de heroísmo necessário à salvação do mundo. Parodiando Winston Churchill, que traduziu a seu modo inglês as palavras de Cristo, eu direi que nunca, na história do mundo, tantos dependeram tanto de tão poucos. E é essa desproporção que nos deve dar a medida do que Deus espera de nós.

6. O nosso sexto princípio tem nexo estreito com o anterior. Se os movimentos católicos, para atuarem no mundo, precisam de uma forte dose de heroísmo cristão, concluímos que devem ter uma base de espiritualidade de onde lhes venha essa força de sobrenatural fecundidade para estímulo e vitalização de suas tarefas de ordem temporal e profana.

Não se trata de trazer para a tarefa especificada por objeto de ordem natural as virtudes infusas que têm por objeto a salvação e a a vida eterna; mas de trazer para a atuação no mundo um grau de liberdade, uma força de heroísmo que só o evangelho pode dar. Em outras palavras nós diremos que só pode atuar no mundo quem puder afirmar praticamente, efetivamente, a transcendência do homem sobre o mundo. Ou ainda: só pode haver obra social, com interesse fervoroso, para quem tiver cursado a escola evangélica do desapego. E esse é o nosso sexto princípio, de capital importância para os movimentos católicos.

(Gustavo Corção, in "A Espiritualidade dos Movimentos Católicos", A Ordem, dezembro de 1951)

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