segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A Bíblia e a Tradição




Quem confere veracidade à Sagrada Escritura ou não é a tradição. Nosso Senhor nunca mandou que se escrevesse um livro, muito pelo contrário: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura" (daí a palavra universal em oposição a uma igreja de um povo, de uma classe, etc). Pregar não é o mesmo que escrever, mas que falar, que transmitir oralmente, etc.

A própria Bíblia diz, claramente, que Jesus Cristo fundou uma Igreja sobre Pedro (Mt 16, 18), diz que estaria com ele até o fim do mundo (Mt 28, 13-20), que lhe dava as chaves do reino do céu (Mt 16, 19), que esta Igreja seria coluna e firmamento da verdade (1 Tim 3, 15), que é preciso escutar esta Igreja sob pena de ser tratado como um pagão (Mt 18, 17). Diz ainda: Cristo mandou os apóstolos pregarem o evangelho, e nem fala na Bíblia, nem de espalhar bíblias (Mc 16, 20)

Deus, em sua infinita bondade, não deixou suas criaturas relegadas à sua própria sorte ou 'interpretação' subjetiva (isto é, cada um interpreta como quer a Bíblia, segundo sua 'inspiração) de sua vontade. Ele nos deixou um "corpo místico" vivo, que se desenvolve no tempo. Ainda afirmou à sua Igreja: "Quem vos escuta a mim escuta, quem vos despreza, a mim despreza" (Lc. 10, 16). "Estarei convosco até o fim dos séculos" (Mt 28, 20).

A Bíblia só serve quando interpretada pela autoridade competente, "Deus é a verdade - Ego sum veritas" (Jo 14, 6). "O homem é a mentira - Omnis homo mendax" (Rom 3, 4). Em outras palavras, a interpretação da verdade não pode ser feita por homens falíveis, mas necessita de uma autoridade infalível.

Em parte alguma Cristo disse: quem ler este livro, conhecerá a minha vontade. Ele disse: "Quem vos escuta a vós, a mim escuta" (Lc 10, 16).

Apenas alguns discípulos (dois eram Bispos) é que escreveram o Novo Testamento, e muitos anos após a morte de Nosso Senhor. Tanto o Novo Testamento quanto o Antigo Testamento foram escritos baseados na tradição oral.

A Bíblia manda seguir a Tradição

1)"Em nome de Nosso Senhor, Jesus Cristo, mandamos que vos afasteis de todo irmão que se entrega à preguiça e não segue a tradição que de nós recebestes" (2 Tm 3,6).

2)"Tu, pois, meu filho, sê forte na graça de Cristo, e o que de mim ouviste perante muita testemunha confia-o a homens fiéis capazes de ensinar a outros" (2 Tm. 1-2). Eis aqui a tradição oral.

Nem tudo está na Bíblia:

"Há ainda muitas coisas feitas por Jesus, as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que este mundo não poderia conter os livros que se deveriam escrever" (Jo 21,25).

S. Paulo: "Irmãos, ficai firmes e conservai as tradições que aprendestes, quer por palavra, quer por escrita nossa" (2 Tess 2,15).

E como ficam os protestantes sem a tradição e sem a Igreja? O Antigo Testamento prescreve uma série de normas que não foram abolidas pela Bíblia, mas pela Igreja. Como fica a observância dessas normas se só a Bíblia é fonte de revelação?

Exemplos: Não acender fogo (para cozinhar) em nenhuma moradia no sábado (Ex. 35,3). Não semear diferentes espécies no mesmo campo (Lev. 19,19). Não semear e colher nada, nos campos e na vinha, no ano sabático (Ex. 23, 10-11) e (Lev. 25 3-5). Não comer os frutos das árvores nos primeiros três anos (Lev 19, 23-25).

Só a Bíblia, dizem os protestantes, tudo deve apoiar-se sobre a Bíblia! Mas por que então Cristo não deu esta Bíblia? Por que ele não disse aos apóstolos: Sentai-vos e escrevei o que vos dito, ou, então, viajai e distribui bíblias; em vez de: 'ide e pregai - quem vos ouve, ouve a mim" (Lc 10, 16). E os apóstolos foram fiéis à sua missão; poucos escreveram, e escreveram pouco; mas todos pregaram, e pregaram muito.

Se basta a Bíblia, para que servem os pastores protestantes? Por que estas casas de culto... desde que há uma Bíblia em casa?

Ora, o que convém conhecer é menos a letra que o espírito. A observação é de S. Paulo: "A letra mata, mas o espírito vivifica" (2 Cor 3, 6). Deus fez o sacerdote "ministro do espírito e não da letra" (2 Cor 3, 6).

A Bíblia do Antigo Testamento existia no tempo de Jesus Cristo; entretanto, Ele nunca recomendou aos seus apóstolos a leitura da Bíblia; nem que adquirissem uma Bíblia, mas recomendou que escutassem àqueles que lhes explicavam a Bíblia, de modo autêntico, fossem eles até homens perversos e viciados, desde que constituem a autoridade legítima: "Sobre a cadeira de Moisés se assentaram os escribas e os fariseus; observai, pois, e fazei tudo o que eles vos disserem; mas não imiteis as suas ações" (Mt 23, 2).

Fica claro que o Mestre não recomenda "ler a Bíblia", mas praticá-la, conforme as explicações dos chefes capazes de interpretá-la.

A Sagrada Escritura condena o "Livre Exame" Protestante

A) "Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal" (2Pd, 1,20).

B) "Assim vos escreveu também o nosso caríssimo irmão Paulo, segundo a sabedoria que lhe foi dada, falando-vos dessas coisas, como faz também em todas as suas cartas. Nelas há, porém, alguma coisa difícil de compreender, que as pessoas pouco instruídas ou pouco firmes deturpam, como fazem também com as outras escrituras, para sua própria ruína" (2Pd 3, 15-16).

C) "Muitas são as opiniões dos homens, e as más imaginações levam ao engano" (Eclo 3,24).

Como explicar que Deus deixaria o mundo ao "livre exame" em que cada um segue sua cabeça e justifica suas opiniões? E onde ficaria a frase de S. João: "Haja um só rebanho e um só pastor" (Jo 10, 16).

E só folhear o Ato dos Apóstolos e verificar que a Igreja, desde o começo, seguia a um só pastor, isto é, o sucessor de S. Pedro (o primeiro Papa).

Outra contradição do "livre exame" é o fato de existirem tantas "igrejas" protestantes, todas se dizendo inspiradas pelo mesmo 'espírito santo', e cada uma pregando uma doutrina diversa da outra.

Depois, se todos têm o "livre exame", como condenar o exame católico? Como julgar, sem ser através de uma Igreja infalível, se a interpretação de alguém está certa ou não? A inspiração não vem para todos? No fundo, os protestantes se acham, ainda que implicitamente, infalíveis em seu exame. Enquanto os católicos são falíveis individualmente e a Igreja é infalível, os protestantes, individualmente, se outorgam a "infalibilidade" que condenam nos católicos.





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Paz de Cristo!

4 comentários:

Parabéns. O artigo é excelente. Gostei do da charge sobre os banquinhos.

Oswaldo de Paula Garcia
oswpgarcia@hotmail.com

Fantástico!
Papai do Céu é tão perfeito, que quando nos deixou a igreja fundada por seu filho deixou-nos constituída por magistério, bíblia e tradição! Isso sim é obra do Espírito Santo. Glórias e louvores a Ti, Senhor! Maranathá

hsuashuahsuash... bah guri, rachei o bico do quadrinho de Lutero e os mais de 30 mil fundadores de placas hehehhuahsuahsuh... é bem isso mesmo, pra mim não existe maior escandalo no cristianismo do que as seitas protestantes...

Salve Maria!!!

O maldito Protestanismo, é uma maldição. Ele, em sua essência é a NEGAÇÃO do Cristianismo. Em poucas palavras, o Protestanismo, é a negação do próprio Jesus Cristo. Sim, pois ao negar que Cristo fundou uma única Igreja, e que ela é a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, logo, eles estão NEGANDO o próprio Cristo.

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